O JUÍZO FINAL (Doomsday/2008)

agosto 18, 2008 às 4:49 pm | Publicado em Filmes | 1 Comentário

Sempre cito O ABISMO DO MEDO como filme de terror exemplar, devido a sua simplicidade e a capacidade de assustar. O responsável pelo filme em questão chama-se Neil Marshal, diretor britânico pelo qual eu nutria grande admiração. Nutria até hoje, infelizmente…

Por alguma distração qualquer, acabei não prestando atenção aos créditos iniciais de DOOMSDAY e, por esse motivo, não vi que se tratava de um novo trabalho do diretor. Só fui perceber isso hoje cedo, ao iniciar esse texto. Foi então que todo o descaso que havia sentido em relação ao filme, acabou se transformando em uma grande decepção.

Sei que existe uma linha muito tênue entre “homenagem” ou ser “copia” e que isso pode gerar alguma controvérsia durante a análise do filme. Mas, no caso de DOOMSDAY, o sr. Neil simplesmente chutou o balde e, jogando vários filmes dentro de um liquidificador, acabou gerando essa verdadeira aberração.

O filme começa na Escócia, com um estilo meio MADRUGADA DOS MORTOS meio EU SOU A LENDA, com pessoas sendo infectadas por um vírus misterioso (reaper vírus) e morrendo logo em seguida. O governo isola o país todo, primeiro com o exército e depois com um enorme muro, deixando a maioria da população (incluindo os não-contaminados) presa e condenada a morte.

Trinta anos depois, um satélite espião fotografa sobreviventes nas cidades escocesas, onde supostamente não deveria ter sobrado ninguém. Isso leva o governo a acreditar na existência de uma cura ou de, pelo menos, algum tipo de imunidade ao vírus e resolve enviar uma equipe até lá para averiguar. Ao mesmo tempo, temos o surgimento de um foco do vírus fora da área isolada – mais precisamente em Londres – o que torna a missão ainda mais urgente.

Nesse momento, o filme assume um estilo “policial-futurista”, que tenta ser BLADE RUNNER mas acaba lembrando mais algum filme do Van Damme (mesmo se passando 30 anos no futuro, temos a impressão que tudo se passa em 2007 mesmo).

Conhecemos a Major Eden Sinclair (Rhona Mitra do péssimo SKINWALKERS e que estará no próximo UNDERWORLD), uma espécie de Sarah Connor genérica. Ela é a escolhida para liderar o grupo de militares que entrará na área infectada. A Major é uma das poucas sobreviventes do incidente de 30 anos atrás e ainda tem esperança de encontrar a sua mãe viva – o que remete imediatamente à trama de EXTERMÍNIO 2).

A próxima “etapa” lembra os dois primeiros filmes da série ALIENS e mostram a equipe (com roupas espaciais e veículos blindados modernos) entrando na área isolada. Após algumas cenas legais de exploração eles encontram os primeiros sobreviventes, uma gangue de punks canibais, transformando o filme em uma “releitura” de MAD MAX 2 (aliás, os punks me lembraram também os vilões de GAROTOS PERDIDOS).

Bom, se até esse momento o filme até que era curioso, a partir daí a coisa toda desanda. Basta citar que os veículos blindados, que deveriam ser “resistentes a armamentos pesados, incluindo armas químicas” são danificados por simples coquetéis molotov. Um dos veículos, inclusive, tem o seu pára-brisa quebrado a socos por um punk…

Depois de algumas seqüencias estranhas com esses punks (tortura, canibalismo, cabeças decepadas), os sobreviventes da equipe escapam e, na fuga, acabam encontrando a outra facção de sobreviventes. Acreditem, se quiserem, mas estes são cavaleiros medievais que vivem em um castelo!!

Para piorar, eles possuem uma rede de túneis, repletos de armas e equipamentos modernos (era uma espécie de depósito do governo), mas preferem utilizar cavalos e espadas.

Em certo momento, a heroína da história enconta, nesse depósito, um BENTLEY CONTINENTAL GT que, depois de 30 anos parado, ainda funciona perfeitamente (nem a bateria havia descarregado)!!!! O filme, a partir daí, se torna 100% MAD MAX

Enfim, o visual do filme até que é caprichado, mas as cenas de ação não conseguiram me empolgar. Nem a violência, presente em grandes doses, consegue chocar (imagino que essa era a intensão) de tão trash que são. Acho, por exemplo, que uma fratura exposta (em um protagonista) chocaria muito mais que as várias decapitações do filme, extremamente banais.

Recomendo o filme apenas para adolescentes sem cérebro, dispostos a engolir todas as besteiras da história (provavelmente gritando “Uhuuuuu” durante toda a exibição).

1 Comentário »

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  1. O filme não é dos melhores, mas eu gostei :)


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